Entrevista com Paulinho Fernandes

Hoje tive o prazer de entrevistar o grande Paulo Fernandes de Souza Jr (Paulinho para os íntimos), 44, Analista de Informática Legislativa da Secretaria Especial de Informática do Senado Federal, SEI-PRODASEN.

Repórter: Qual a distro que você utiliza em seus computadores? E porque?
Paulinho: Opa, não vamos começar mais uma guerra de distros, não é mesmo. Bom, em casa, no trabalho, no meu note e até no meu PlayStation 3... UBUNTU RULES!!! hehehehe... Tenho prestado suporte também em algumas instalações do Fedora em servidores aqui no Prodasen. Falar que o Ubuntu é a distribuição mais amigável para o desktop do usuário final, é chover no molhado. O mundo inteiro já sabe, embora tenha quem ainda não concorde...

Repórter: Você já experimentou o Windows Vista? Gostou? E Porque?
Paulinho: Não. Não. Não sei. Falando sério, ainda não tive oportunidade de conhecer ( e nem interesse, vê lá, tenho mais o que fazer, não é mesmo?)

Repórter: Com o que você anda envolvido no Prodasen?
Paulinho: Faço parte de uma equipe que está desenvolvendo um editor para autoria de emendas em XML. A idéia é um editor do tipo WYSIWYG (tentando traduzir, o que você vê é o que você tem), genérico, para qualquer tipo de emenda à proposições legislativas. As emendas são geradas em XML, dentro do padrão LexML que já foi muito discutido no Interlegis e no GITEC - o SAPL implementa um versão inicial deste padrão. Depois o sistema deve evoluir para um editor autônomo de proposições.
Infelizmente não temos ainda aqui o processo de desenvolvimento aberto para a comunidade :-( , mas como estamos utilizando ferramentas de software livre em praticamente todos os níveis do desenvolvimento, creio que o sistema estará disponível para todas as Casas Legislativas quando
tivermos uma versão estável.
Além disto faço parte do Comitê de Tecnologia, que avalia e indica tecnologias, ferramentas e treinamento necessários ao nosso trabalho e auxilio a área de suporte ao desenvolvimento de sistemas no uso de soluções, principalmente em se tratando de software livre.

Repórter: Como você enxerga a utilização do SL pelas câmaras brasileiras? Como uma fuga dos custos do Software Proprietário, ou uma busca por qualidade, segurança e trabalho em comunidade?
Paulinho: Angelo, este componente de custo é sem dúvida muito importante para as Casas Legislativas, pois nós conhecemos bem a realidade orçamentária da grande maioria delas. Porém o aspecto do software livre que sempre me interessou mais foi o modelo de desenvolvimento colaborativo. Veja bem, a idéia principal do Interlegis é a de formar a Comunidade Virtual do Legislativo Brasileiro. Então fica claro a sua identidade com o modelo do Software Livre.

Repórter: Paulinho, você é para nós usuários o Pai do Gitec. Como você se posiciona em relação a essa afirmação?
Paulinho: Apesar da barba branca e da deficiência capilar, tenho só 44. Estou muito novo para ser pai destes marmanjos...rsrsrsrsrs. Brincadeiras de lado, acho que tive sim um boa parcela de responsabilidade nesta criação, assim como outros que fizeram parte do grupo no seu início e de muitos que fazem parte agora também. Não posso negar a satisfação e a pontinha de orgulho quando vejo aonde já conseguimos chegar, e tudo o que, com toda a certeza, ainda alcançaremos.

Repórter: Tendo o acompanhado desde a sua concepção, você pode nos dizer melhor que ninguém. Qual é o futuro do gitec?"
Paulinho: Como disse, vejo um futuro muito bom, na minha bola de cristal... rsrsrsrs. Creio que o GITEC atingiu o seu ponto de maturidade, onde grande parte dos membros podem ver o valor de sua participação na comunidade e o benefício que isto traz para as suas Casas. Agora precisamos mostrar estes ganhos para aqueles que ainda não participam de forma mais direta de nosso grupo.

Repórter: O que você acha da iniciativa da comunidade de promover o I Encontro Nacional do GITEC?
Paulinho: Embora seja uma comunidade fortemente baseada nas comunicações pela Internet, os encontros presenciais são fundamentais para reforçarmos os laços e mostrar a força e o valor do GITEC.

Repórter: Quais são as suas expectativas para o I Encontro?
Paulinho: Principalmente, reencontrar os companheiros. Espero também que possamos discutir formas de executar o que mencionei aí em cima, que é a tarefa de reforçar a imagem e importância do GITEC junto às Casas Legislativas, inclusive indo além das áreas de tecnologia.

Repórter: O Interlegis 2 é uma realidade ou uma possibilidade?
Paulinho: Como estou afastado da direção do Programa, não tenho como lhe falar sobre isto. Mas creio que estão todos empenhados para que seja uma realidade.

Repórter: O Interlegis proporcionou para as câmaras brasileiras um enorme salto em qualidade e técnica. Com o fim desta primeira etapa, qual é o seu balanço?
Paulinho: Sou suspeito para falar, não é mesmo. Mas creio que estes anos de execução do programa realmente fizeram diferença na realidade de diversas Casas Legislativas. Mesmo que em alguns momentos tenha se desviado do que, no meu ponto de vista, deveria ser a sua função principal: a formação da Comunidade Virtual do Legislativo Brasileiro.

Repórter: Bem, por aqui me despeço e agradeço muito pela atenção e presteza.
Paulinho: Eu é que agradeço pela oportunidade, e aproveito para mandar um grande abraço a todos. Espero vocês em Brasília, no nosso I Encontro do GITEC.